quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Guarda Costeira em ensaio

Um tudo nada semelhante ao filme cá posto pelo Miguel, eis uma sequencia de imagens de um teste nautico da Guarda Costeira dos EUA, com embarcação de 12m, em Morro Bay (California) a 4 de dezembro de 2007.

As ondas eram apenas de 5 a 7 metros.








E até se safaram bem....


'EXISTEM OS HOMENS QUE ESTÃO VIVOS, OS QUE ESTÃO MORTOS E OS QUE SE FAZEM AO MAR.'
Victor-Marie Hugo [ 26 fev 1802 , Besançon - 23 mai 1885, Paris]

fotos recebidas por e.mail - desconheço a autoria.


terça-feira, 26 de agosto de 2008

A ilha do tesouro


A 21 de Julho o Solaris está pela manhã ancorado em Formentera.


A ilha é uma sucessão de ancoradouros e praias, protegidas dos ferros por boias que se alugam por dois dias, não renováveis, sem custo, mas não sendo impossível permanecer mais tempo caso haja boias disponíveis.

Formentera é protegida de campistas, fogo na praia, arborização, construção em altura, mas não resistirá ao tempo. Nós, as formigas, haveremos de a delapidar a seu tempo. Aproveitemos, pois, enquanto os inumeros ferries, barcos de toda a classe, gente ávida de explorar a ilha ou algum autarca bramando pelo progresso não a varra do mapa.

Benvindos a este tesouro no meio do Mediterrâneo.

Por do sol em Sines


Da porta da minha casa
Vejo, por vezes coisas destas
Dizem: amanhã fará calor

Já com a máquina na mão
E antes que tarde se faça
Click, click, dois inatantâneos.


Verão, 2008

Adamastor, singela homenagem....


Navegando no “Google Earth”, lá para os lados de Maputo, dei com uma foto do Adamastor.
Aparentemente abandonado, avançado estado de degradação de improvável recuperação.
É a morte de um sonho tornado realidade…




Nos idos anos sessenta, um velejador do então Clube Naval de Lourenço Marques (Maputo), imaginou a possibilidade de uma equipa do clube participar na 1ª regata Cabo – Rio de Janeiro.
O Horácio, para nós o “capitão maravilhas”, não era homem para desistir das suas “loucuras” ….
Procurou apoios, porém, os primeiros contactos não lhe deram a abertura desejada.
Todavia, projectou um veleiro, a partir do seu “flying dutchman”, com cerca de 12 metros e preparou-se para a sua construção nos estaleiros do clube.
Entretanto, alguns velejadores foram, entretanto, acarinhando a ideia, daí resultando uma comissão que tratou de congregar, então, os recursos humanos e materiais, os apoios privados e oficiais, para a aquisição de um veleiro capaz de tal empreendimento.
Adquirido o casco, o resto foi construído e equipado pelos candidatos a tripulantes e alguns voluntários.



Assim se fez o Adamastor, o sonho tornado realidade.





E lá partiram os “sete magníficos”, alcunhada assim a equipa de sete, Horácio Coelho da Silva, obviamente, António Ruben da Silva Domingues, Álvaro Récio, Eurico dos Reis Pacheco, José António Nogueira dos Santos e Vasco Romão Duarte, todos sob o comando de António Alva Rosa Coutinho.






A classificação final foi o que menos importou à data, sim a felicidade que não apenas da equipa, mas de todos os que os apoiaram no Clube Naval.

Hoje, trinta e sete anos depois, faz-me pena saber do Adamastor em tão mau estado.Acredito que, bem conservado e actualizado, seria ainda bem capaz de novas travessias.



imagens: Carlos J. Carvalho in Panoramio fotografias de Carlos_Carlos
Adamastor, Sete nas rotas de quinhentos, por Alvaro Récio

De “Sete magnificos” alcunhados foram
Os amigos velejadores
Que ao Brasil aportaram
Desde o Cabo em atlânticos mares

Adamastor dito com vaidade,
O outro magnifico, prós mares desenhado
Ideia do Horácio maravilhas
Das idas à Inhaca e outras ilhas
Lá juntou um grupo bem cuidado
A fazer do sonho, realidade.....

singela homenagem de NBP

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Patrão Patta em águas turcas



NAVEGANDO EM ÁGUAS TURCAS








Rumei para leste
Para um país chamado Turquia.
Uns dizem que é Europa,
Outros, que é na Asía!





Embarcando em lindo veleiro
Em águas do Mediterrâneo navegámos.
Mas de velas, nem cheiro
E a motor sempre andámos!






Bem lindo foi o passeio
Naquelas águas nada frias,
E por isso vos aconselho
A verem as fotografias.



























Tentado seria a dizer "letra e musica", mas na realidade é ..... verso e fotografia do nosso patrão Luis Patta.


















Qual "paxá" e muito "chic"
Vais vivendo belos dias...
E nos alegrando, aqui, no Patrões de Sines
Amigo Patta, não afines
Por te publicar as fotografias
Mais os versos da tua "bic"

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Um oceano de plástico


UM ALERTA
RESULTANTE DO DESLEIXO E IGNORÂNCIA
TEMOS UM OCEANO DE PLÁSTICO




Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração, são propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, porém, também o tornam um dos maiores vilões ambientais.
São produzidos, anualmente, cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acaba nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.
No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros.
Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico.
Segundo os seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.
O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.
A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'. Pesquisadores alertam para o facto de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.




Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.



E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.
Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos os nossos valores e principalmente o nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

De noite todas as Gatas são pardas

18 de Julho. Saimos de Fuengirola.

O Solaris avança agora para mais um dos fantasmas da viagem: o Cabo de Gata.

A noite chega perto do Golfo de Almeria, o vento sobe para força 7, o cabo está a 40 milhas. Silenciosamente, enquanto a tripulação dorme eu vejo o farol e lembro as histórias de fantasmas, não quero lembrar, mas que querem? É a noite no mar.
O mar está calmo às 06.30h, mas a claridade não é suficiente, dou a volta, navego 15 minutos para trás e regresso depois já com o cabo à vista clara. Mar de 50 cm, magnifico, estou com sorte, o fantasma da gata não veio cá hoje.
07.30h. O mar sobe, a previsão meteo esfuma-se e o vento volta para os 30 nós. Será uma manhã de luta contra o sueste de novo. Damn it! Afinal eu vim de férias, oh deuses!

Manhã de vigilia ao leme até cabo de Aguilas a 30 milhas de Cartagena, paragem para gasóleo, o sueste acalma e chegada a Cartagena pela meia noite.

Foi você que falou em férias descontraídas nas Baleares?

É assim que é bom!!!!

Gosto deste filme por mostrar o respeito que o mar merece.

domingo, 17 de agosto de 2008

Rock & Roll

Ao entrar no Mediterrâneo a primeira alegria é ver o Rochedo (the Rock). Avista-se a cerca de 20 milhas numa entrada no estreito, avistam-se navios no corredor oficial e navios lá longe fundeados na baía de gibraltar.
Algumas recomendações:
- Com sueste não entrar de manhã cedo, o sueste no Med abranda sempre pelo meio-dia.
- Pode navegar-se junto à costa (1 milha ou menos) a profundidade é de cerca de 60 m e o mar é menos agressivo.
- A ponta de Tarifa é o momento de emoção supremo, atenção a esta passagem.
- Leve-se a vela grande levantada se o vento estiver na proa ou a um ângulo impossível de bolinar, com o motor e sem piloto automático, para garantir a entrada aproada na onda.
A tripulação dorme indiferente ao bater da proa e à entrada da água pelas amuras. São 08.30h, mais 3 horas até o Rochedo se apresentar pelo través e começar a calmaria.
O SOLARIS avança calmamente e sem vento em direcção à costa del sol. Chegamos a Fuengirola pelas 17h do dia 17 de Julho, com fome, cansaço e a alegria de pôr o pé de novo em terra, 32 horas depois da partida.

Depois de The Rock, let's Roll !

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Bernard Moitessier

Abaixo reproduzo o que a wiki diz sobre Moitessier, que refiro no post anterior. Foi uma figura absolutamente marcante e original na vela do século XX. A sua participação na primeira corrida à volta do mundo em solitário - 1968 - (sem escala, porque no ano anterior Sir Francis Chichester também o fez no seu Gypsy Moth IV, mas com paragem na Austrália para reparações) ficou para a história porque de repente abandonou a corrida e resolveu fazer uma nova circum-navegação, esquecendo prémios e aproando ao Tahiti onde viveu vários anos, seguindo o exemplo de Gaugin e Jacques Brel na Polinésia, Hiva Oa. Esta história tem um fascínio especial em particular pelas circunstâncias extraordinárias em que se deu a Volta ao Mundo do Sunday Times, mas a isto voltaremos noutro post.


Bernard Moitessier (10 April 1925 Hanoi, Vietnam16 June 1994 near Paris, France) was a renowned French yachtsman and author of books about his voyages and sailing.
In 1968, Moitessier participated in the
Sunday Times Golden Globe Race, a race to become the first sailor to circumnavigate the earth alone and non-stop. Although Moitessier stood a very good chance of winning, he abandoned his effort seven months into the race, and continued on to Polynesia rather than returning to England. The decision to abandon is instructive of Moitessier's character - although driven and competitive, he passed up a chance at instant fame and a record, and sailed on for three more months. Sir Robin Knox-Johnston went on to both win the race and become the first man to circumnavigate the globe alone without stopping. After his 37,000-mile (60,000 kilometre) voyage, Moitessier wrote The Long Way, a classic sailing narrative.

For the 1968 race, Moitessier sailed a 12 metre steel-hulled ketch, the Joshua. He had the vessel built in 1961, and named it after Joshua Slocum, the first sailor to circumnavigate the globe alone (over a three year period with numerous stops).
Moitessier circumnavigated the world and sailed almost two-thirds of the way round a second time, all non-stop and mostly in the
roaring forties. Despite heavy weather and a couple of severe knockdowns, he contemplated rounding the Horn again. However, he decided that he and Joshua had had enough and sailed to Tahiti, where he and his wife had set out for Alicante. He thus completed his second personal circumnavigation of the world (including the previous voyage with his wife) on 21 June 1969. He then started work on his book.
It is impossible to say whether Moitessier would have won if he had completed the race, as he would have been sailing in different weather conditions than Knox-Johnston; based on his time from the start to Cape Horn being about 77% of that of Knox-Johnston, it would have been an extremely close race. His book, The Long Way, tells the story of his voyage as a spiritual journey as much as a sailing adventure and is still regarded as a classic of sailing literature. Joshua was beached, along with many other yachts, by a famous
hurricane at Cabo San Lucas in 1982. It was salvaged and restored, and is berthed in La Rochelle, France.
Moitessier wrote several books about his voyages and the sea, and was an environmental activist against nuclear weapons in the South Pacific. He died of cancer on 16 June 1994 and is buried in Le Bono, in Brittany, France.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Praça de Espanha



Ao anoitecer janta-se, aparecem os queijos, aquece-se o pão, faz de conta que já cá estamos há muitos dias e que é apenas uma outra viagem.


Saímos de Vilamoura às 9.00h do dia 16 de Julho e isto é só o primeiro encontro com o outro lado da lua.


As frases nas primeiras milhas revelam ansiedade para que passem depressa, olha ali! golfinhos, uma espécie de anjos da guarda do SOLARIS, o nosso veleiro que sulca estas águas com o vento leste na proa, á espera de um vento que faça as velas calar o ruido do motor. Afinal isto é um barco á vela ou quê?


Amanhece no golfo de Cadiz, são 06.45h e para trás estão 120 milhas, muitas garrafas de água, douradinhos congelados, leite de soja, cereais, água do luso, gelado q.b., tudo muito bem estivado.


Viajo com o livro de Bernard Moitessier (the long way) para me lembrar que por muito mal que o mar me trate haverá a força 9 do atlantico para me lembrar que "isto não é nada"!


Vejo terra, a claridade mostra nuvens sobre a costa, o vento cresce, os olhos arregalam-se, o coração bate e o mar começa a subir.


Espanha, África, Estreito de Gibraltar, vaya con dios.

Temos novo patrão no blog

Obsequiados com simpático e apetitoso jantar em sua residência, de cuja varanda se observa panorâmica da baía e porto se Sines, estivemos, sábado em amena e agradável reunião.


Nesta o anfitrião, Carlos Azevedo, navegador e patrão devidamente instruído e encartado graças aos ensinamentos do nosso Comandante Carlos Botelho, manifestou interesse em poder contribuir com as suas noticias e comentários para a melhoria do blog.



Venham elas, as noticias, fotos e comentários que cá estaremos para as apreciar.



Desde já aguardamos, curiosos, o relato dessa ida às Baleares ... ilustrada a preceito.










Bem vindo amigo Carlos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Contribuições

Contribuições poucas tivemos, comentários, quase nenhuns...

Por isso, devo, por reconhecimento do mérito e qualidade da escrita e sentimento, referência ao amigo Jorge Castro, aqui reproduzindo o comentário que nos escreveu e extrato do seu blog "Sete Mares", que recomendo.

"Do alto dessas marinharias, folgo muito em ver que bons ventos te levam. E como apelas a colaborações, pega lá um poema, ainda fresquinho, que fiz sugerido por marinhagens em Cascais:

NAVEGAÇÕES

apresta-se ao leme
o homem da terra
trilhando derrotas de glórias no mar
tal o vento rijo conduz a fragata
mesmo ao rés das águas colhendo salpicos
entre singraduras de naus afoitadas
pelo tempo grosso de mares ignotos
assim no mar alto vai o marinheiro
querendo dos ventos colher viração
que traga noção de porto seguro
que vença o apuro da navegação

que sopre
que vente
que as nuvens afaste
que a crista das ondas se abra em caminho
no cristal do mar tão glabro profundo
no ranger-lamento dos velhos madeiros
do cordame tenso no uivo marinho
que lhe traga o ninho de verdes lameiros
a mostrar ao mundo outros horizontes
enquanto o traquete da gávea se apura
e no mar imenso essa criatura
espera que o dia se vá numa pressa
depressa que venha o vento terral
que seja promessa
de terra o sinal
da urze ancorada p’ra trás lá dos montes
das fontes que vão também dar ao mar
e que o impelem nesse navegar

Comentário do amigo Jorge Castro em11 de Abril de 2008, no nosso blog"



navegar é sempre longe
entre o acaso
e a distância

se ficar sempre na margem
de leme ao medo submisso
não há mar
nem inconstância
fica o lodo por viagem
e o não ser
compromisso

- foto e poema de Jorge Castro, em SETE MARES, a 2008.07.06

Regatas em Sines

Por falar em regatas, Sines tem um excelente campo de regatas, onde, lamentávelmente, não há a frequencia de eventos que o mesmo merece.
Porém, de regatas havidas, o meu colega e amigo Vasco Pitschieller, obteve com a qualidade que lhe é reconhecida inumeras imagens, das quais selecionei algumas.

Sharpie 12 m em preparativos para zarpar...

Se o vento não colabora ... reboque é solução.

Oceânicos em preparação de largada....

Evoluindo com bom vento ....

Convivencia natural com navio

Espanhol em posição favorável de sotavento. Será que aproveitou?


Snipes à bolina .....
e montando a boia de barlavento.

Aqui são as pranchas na boia de sotavento

Duas imagens da montagem da mesma boia

Com balões ao vento de feição...


Nem sempre as coisas correm bem ... lá temos o balão a fazer das suas ...




Para alguns foi assim que tudo começou ... no Optimist.