sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mareações de um barco à vela

Sabendo como se desloca um barco à vela, vejamos, com o auxílio da imagem, as diversas maneiras de afinar as velas consoante o quadrante de onde sopra o vento em relação à posição do barco (com a devida vénia à Academia de Vela do Seixal, de onde foi retirada a imagem).
Arribar - afastar o barco do vento
Orçar- aproximar o barco do vento
Bolina - navegar contra o vento ( a partir de angulos inferiores a 30º é difícil andar...)
Bolina folgada - navegar entre 30 e 90º
Largo - navegar de 90º até 145º
Popa - navegar entre 145º e 180º
Popa rasada - navegar cerca dos 180º, i.e. com o vento completamente pela popa
Escotas - os cabos com que caçamos ou folgamos ("puxamos" ou "largamos") as velas
Adriças - os cabos com os quais subimos as velas
Cabos de amarração - os cabos com os quais amarramos ( seguramos) os barcos ao cais, ou a outros barcos.
Nas mareações à bolina as velas devem estar caçadas (escotas "esticadas"), enquanto nas restantes as velas devem estar mais ou menos folgadas (escotas "soltas")

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O que faz andar um barco com vela

Velas quadradas - 3000 AC - 900 DC

Os primeiros veleiros usavam velas quadradas. Desta forma desceram o Nilo e atravessaram o mar, apesar das limitações da forma da vela. As velas quadradas eram empurradas pelo vento e o barco só podia deslocar-se no sentido do vento. Todas as forças concorriam na mesma direcção.

Quanto maior fosse a pressão do vento e a área da vela maior seria a força de deslocação.



Velas triangulares - 900 DC - (...)

Há 1000 e tal anos apareceram as velas triangulares. Com a orientação adequada estas velas podiam converter a força do vento em força de deslocamento do barco.

Esta força que puxava o barco mais do que o empurrava, permitia-lhe velejar contra o vento.

A explicação (aerodinâmica e hidrodinâmica) é complexa mas baseia-se na teoria de que a diferença de pressão na vela, do lado contrário ao vento, ou para onde sopra o vento (sotavento) em relação ao lado donde sopra o vento (barlavento), puxa o barco para frente, sendo que o equilibrio dinâmico entre a força do vento e a inclinação é o verdadeiro objectivo de eficiencia do barco à vela.

Ou por outras simples palavras, se o barco adorna demasiado perde eficiência no deslocamento e deve ser equilibrado face à força do vento (aqui se rizam as velas ou se folgam as ditas, mas esta é outra conversa).