terça-feira, 26 de agosto de 2008

Adamastor, singela homenagem....


Navegando no “Google Earth”, lá para os lados de Maputo, dei com uma foto do Adamastor.
Aparentemente abandonado, avançado estado de degradação de improvável recuperação.
É a morte de um sonho tornado realidade…




Nos idos anos sessenta, um velejador do então Clube Naval de Lourenço Marques (Maputo), imaginou a possibilidade de uma equipa do clube participar na 1ª regata Cabo – Rio de Janeiro.
O Horácio, para nós o “capitão maravilhas”, não era homem para desistir das suas “loucuras” ….
Procurou apoios, porém, os primeiros contactos não lhe deram a abertura desejada.
Todavia, projectou um veleiro, a partir do seu “flying dutchman”, com cerca de 12 metros e preparou-se para a sua construção nos estaleiros do clube.
Entretanto, alguns velejadores foram, entretanto, acarinhando a ideia, daí resultando uma comissão que tratou de congregar, então, os recursos humanos e materiais, os apoios privados e oficiais, para a aquisição de um veleiro capaz de tal empreendimento.
Adquirido o casco, o resto foi construído e equipado pelos candidatos a tripulantes e alguns voluntários.



Assim se fez o Adamastor, o sonho tornado realidade.





E lá partiram os “sete magníficos”, alcunhada assim a equipa de sete, Horácio Coelho da Silva, obviamente, António Ruben da Silva Domingues, Álvaro Récio, Eurico dos Reis Pacheco, José António Nogueira dos Santos e Vasco Romão Duarte, todos sob o comando de António Alva Rosa Coutinho.






A classificação final foi o que menos importou à data, sim a felicidade que não apenas da equipa, mas de todos os que os apoiaram no Clube Naval.

Hoje, trinta e sete anos depois, faz-me pena saber do Adamastor em tão mau estado.Acredito que, bem conservado e actualizado, seria ainda bem capaz de novas travessias.



imagens: Carlos J. Carvalho in Panoramio fotografias de Carlos_Carlos
Adamastor, Sete nas rotas de quinhentos, por Alvaro Récio

De “Sete magnificos” alcunhados foram
Os amigos velejadores
Que ao Brasil aportaram
Desde o Cabo em atlânticos mares

Adamastor dito com vaidade,
O outro magnifico, prós mares desenhado
Ideia do Horácio maravilhas
Das idas à Inhaca e outras ilhas
Lá juntou um grupo bem cuidado
A fazer do sonho, realidade.....

singela homenagem de NBP

2 comentários:

Carlos Azevedo disse...

Já tinha ouvido falar desta viagem pelo relato do capitão da mesma. Aventura é isto, mas há longos anos era ainda mais aventura, pelos meios de comunicação disponíveis.

Mas o mar é o mesmo.

Anónimo disse...

Em 2002 lá estava o velho Adamastor tal como na foto no Clube Naval. Subi a bordo e verifiquei a completa degradação interior. Quase sem convés, ferragens desaparecidas numa agonia lenta pois o tempo não ajuda a uma morte mais célere.

Parece que o governo português pretendia recuperá-lo para ser exposto na EXPO98 e depois devolvê-lo de novo, mas o governo moçambicano não autorizou com medo que não voltasse.